Percepção e ação ecossanitária numa comunidade adjacente à Sanga das Charqueadas em Tapes - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

  • Silvia Maria Hoff AMBOS Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) http://orcid.org/0000-0002-6335-2447
  • Antônio Leite RUAS NETO Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)
  • Stefania Hoff AMBOS Universidade Estadual Rio Grande do Sul (UERGS)

DOI:

https://doi.org/10.21674/2448-0479.31.129-149

Palavras-chave:

Tapes, Sanga das Charqueadas, Ecossanitarismo, Percepção comunitária,

Resumo

O município de Tapes localiza-se às margens da Laguna dos Patos no Rio Grande do Sul. Tapes possui três cursos d’água urbanos: Arroio Teixeira, Sanga do Meio, Sanga da Charqueadas e um rural, Sanga das Capivaras. Os cursos de água são poluídos pelo esgoto doméstico e aporte de agrotóxicos, com risco à saúde principalmente em inundações. Neste estudo objetivou-se compreender as percepções ecológicas e sanitárias da comunidade da Vila Maria, situada no início da Sanga das Charqueadas. Em períodos sem inundação, a comunidade utiliza as margens do curso para recreação e tem contato com a água durante a pesca esportiva. A mata ciliar é densa em parte e há animais silvestres na área. Avaliou-se a percepção sobre as condições ecológicas e as propostas de melhoria incluindo atividades de fitorremediação. A metodologia foi a da Educomunicação com perspectiva de ecossanitarismo e o Método Bambu de planejamento em oficinas comunitárias. O conhecimento tradicional e popular foi valorizado para a ação comunitária. Nesta parte do curso de água foi detectada contaminação por coliformes fecais anteriormente e confirmada no estudo. Foi constatado um nível proibitivo para contatos recreativos, no qual ficou próximo de 100 000 NMP/100 ml. Nas oficinas observou-se o cuidado com os recursos naturais e um interesse em desenvolver alternativas mitigadoras como a fitorremediação. Uma ação comunitária de reflorestamento nativo na mata ciliar e plantio de taiobas para fitorremediação foi indicado e praticado. Concluiu-se que o desenvolvimento de ações comunitárias ecossanitárias foi viabilizado a partir do espaço criado pelo projeto.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvia Maria Hoff AMBOS, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Bacharel Ciências Contábeis, Especialista em Análise e Manejo do sistema Socioecológico, comerciante.

Antônio Leite RUAS NETO, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Ciências Biológica ênfase em Zoologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979) e em Medicina Veterinária também pela UFRGS (1982). Também possuo especialização em Medicina Veterinária Preventiva pela UFRGS (1986), mestrado em Parasitologia pela Universidade de Liverpool (1987) revalidado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1992) e doutorado em Biociências, ênfase em Zoologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2002). Atualmente sou pesquisador e professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul nas Unidades de Tapes e Porto Alegre nos cursos de Bacharelado em Gestão Ambiental e Administração em Sistemas e Serviços de Saúde. Também sou Especialista em Saúde com função de professor e pesquisador na Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul vinculado ao curso de Especialização em Saúde Pública. Leciono prioritariamente nas áreas de saúde coletiva, ambiente e saúde, cultura e natureza e epidemiologia ambiental. Também leciono periodicamente nas áreas de biologia geral, evolução, manejo de fauna e populações sinantrópicas, microbiologia, bioindicadores e saneamento. Dedico-me a projetos de pesquisa e extensão nas linhas de ecossanitarismo, etnoecologia e etnozoologia. Meu foco é na ecossustentabilidade de comunidades populares e tradicionais, no entendimento do conhecimento ecológico e percepções de saúde tradicionais.

Stefania Hoff AMBOS, Universidade Estadual Rio Grande do Sul (UERGS)

Bacharel Gestão ambiental,funcionária Pública municipal na Secretaria Meio Ambiente

Referências

BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 3ª ed. Editora Saraiva, São Paulo, 2012.

CHARRON, D. F. Ecohealth research in practice. IDRC. SPRINGER. Ottawa, 2012.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução N°274, de 29 de novembro de 2000. Dispõe sobre a Balneabilidade. Disponível em: www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=272. Acesso em: 15 maio 2016.

CORSAN. Estudo e projetos executivo para os sistemas sanitário – SES – da– lote 1. Tapes, 2015.

EMBRAPA HORTALIÇAS

<http://www.cnph.embrapa.br.hortalicasnaweb.taioba.html>

Acesso em: 10 maio 2016.

FILLION, M.; LEMIRE, M. Degradação ambiental, mercúrio e saúde no Tapajós. Projeto Caruso. Universidade de Brasília, 2008. Cartilha.

LEBEL, J. Health: an ecosystem approach. IDRC. Ottawa, 2003.

GOMES, M. A. O. Diagnóstico rápido participativo: uma ferramenta de ação e aprendizagem coletiva. In: Brose, M. Metodologia participativa: uma introdução a 29 instrumentos, 2ª ed., pp: 67-80. Tomo Editorial, 2010.

FELLEMBERG, G. Introdução aos problemas da poluição ambiental. E.P.U.-SPRINGER-EDUSP São Paulo,1980.

GALBIATI, A. F. Tratamento domiciliar de águas negras através de tanque de evapotranspiração, .2009, 38p. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,Campo Grande, 2009.

MINAYO, M. C. S. de. Saúde e ambiente: uma relação necessária. In: CAMPOS, G. W. S. C. de (et al.). Tratado de saúde coletiva. 2ª ed, pp: 79 – 108. São Paulo. HUCITEC, 2012.

PHILIPPI JR., A; ROMÉRO, M. A. DE; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. 2ª ed. USP, 2014.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAPES. Relatório técnico final. Convênio SEMA/PRÓ-MAR-DE-DENTRO, 04/2004. Diagnóstico das Condições Sanitárias Básica da Área Urbana do Município de Tapes. Documento impresso, 2007.

PRIMACK, R.R; RODRIGUES E. Biologia da conservação, Editora Planta. Londrina, 2001.

SÁ, R. F. de; ARAÚJO, J. A.; FREIRE, M. S. M.; SALLES, R. S.; CHUMA, J.; ROYAMA, H.; YUASA, M.; YAMAMOTO, S.; MENEZES FILHO, A.; NISHIDA, M.; TRINDADE, C. M. A.; OLIVEIRA, A. A. Manual do método Bambu: construindo municípios saudáveis. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2007.

SAGI. Relatórios de Informações Sociais- RI Bolsa Família e Cadastro Único. Disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/relatorio.php#Visão Geral> . Acesso em: 18 maio 2016.

VÍCTORA, C. G.; RUAS NETO, A. L. Educação popular e planejamento participativo na comunidade indígena Charrua: aplicação do método Bambu. Revista de Extensão, 8: 24 – 30, 2014.

VICTORA, C. G.; KNAUTH, D. R.; HASSEN, M. N. de. Pesquisa qualitativa em saúde. Porto Alegre. Tomo Editorial, 2000.

Downloads

Publicado

2017-04-20

Como Citar

AMBOS, S. M. H., RUAS NETO, A. L., & AMBOS, S. H. (2017). Percepção e ação ecossanitária numa comunidade adjacente à Sanga das Charqueadas em Tapes - Rio Grande do Sul - Brasil. Revista Eletrônica Científica Da UERGS , 3(1), 129–149. https://doi.org/10.21674/2448-0479.31.129-149

Edição

Seção

ARTIGOS INÉDITOS