Estimativa de produção de álcool de segunda geração de plantas de cobertura de solo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21674/2448-0479.81.63-72

Palavras-chave:

Etanol, aproveitamento energético, biomassa, energia sustentável.

Resumo

Resumo

O grande desafio para a produção de álcool de segunda geração (Álcool 2G) é encontrar fontes baratas de materiais lignocelulósicos. O objetivo foi avaliar o rendimento teórico de álcool 2G a partir da biomassa seca de plantas de cobertura do solo. Neste estudo foram utilizadas seis das espécies mais representativas de primavera/verão: Mucuna cinza (Mucuna pruriens), feijão de porco (Canavalia ensiformis), crotalária espectábilis (Crotalaria spectabilis), crotalária juncea (Crotalaria juncea), guandu anão (Cajanus cajan) e milheto (Pennisetum glaucum). A produção de matéria seca, a composição química dos resíduos culturais e os posteriores rendimentos em hidrólise e fermentação foram obtidos através de cálculos utilizando-se dados de literatura. Foram testados diferentes cenários de remoção/utilização da biomassa produzida pelas espécies: 1) 100%, 2) 75%, 3) 50% e 4) 25%. O rendimento médio de álcool variou de 2.121 (mucuna cinza, feijão de porco e crotalália spectabilis) a 8.876 litros/ha no milheto. Com a utilização de apenas 25% da biomassa do milheto é possível produzir 2.219 litros de álcool por hectare e, por outro lado, somente 418 litros com a cultura da mucuna cinza. As culturas do milheto e guandu anão, com utilização de 75% e 50% da biomassa seca, respectivamente, mostram-se espécies potenciais para produção de álcool 2G e com sobra acima de 5 ton/ha de resíduos culturais para proteção do solo.

Palavras-chave: Etanol; aproveitamento energético; biomassa; energia sustentável.

 

Abstract

Estimate of second-generation alcohol production from cover crop plants

The great challenge for the production of second-generation alcohol (2G Alcohol) is to find cheap sources of lignocellulosic materials. The aim was to evaluate the theoretical yield of 2G alcohol from the dry biomass of cover crops. Six of the most representative species of spring/summer were used in this study: Gray mucuna (Mucuna pruriens), jack bean (Canavalia ensiformis), showy rattlebox (Crotalaria spectabilis), crotalaria juncea (Crotalaria juncea), dwarf pigeonpea (Cajanus cajan) and millet (Pennisetum glaucum). Dry matter production, chemical composition of crop residues and subsequent hydrolysis and fermentation yields were obtained through calculations using literature data. Different scenarios for the removal/use of biomass produced by the species were tested: 1) 100%, 2) 75%, 3) 50% and 4) 25%. The average alcohol yield ranged from 2,121 (grey mucuna, jack bean and showy rattlebox) to 8,876 liters/ha in millet. With the use of only 25% of the millet biomass, it is possible to produce 2,219 liters of alcohol per hectare and, on the other hand, only 418 liters with the cultivation of gray mucuna. The millet and dwarf pigeonpea plants, with use of 75% and 50% of dry biomass, respectively, are potential species for the production of 2G alcohol and with a surplus of more than 5 ton/ha of crop residues for soil protection.

Keywords: Ethanol; energy use; biomass; sustainable energy.

 

Resumen

Estimación de la producción de alcohol de segunda generación de cultivos de cobertura del suelo

El gran desafío para la producción de alcohol de segunda generación (alcohol 2G) es encontrar fuentes baratas de materiales lignocelulósicos. El objetivo fue evaluar el rendimiento teórico de alcohol 2G a partir de la biomasa seca de cultivos de cobertura. En este estudio se utilizaron seis de las especies más representativas de la primavera/verano: mucuna gris (Mucuna pruriens), frijol cerdo (Canavalia ensiformis), crotalaria spectabilis (Crotalaria spectabilis), crotalaria juncea (Crotalaria juncea), gandul enano (Cajanus cajan) y mijo (Pennisetum glaucum). La producción de materia seca, la composición química de los residuos de los cultivos y los rendimientos posteriores de hidrólisis y fermentación se obtuvieron mediante cálculos utilizando datos de la literatura. Se probaron diferentes escenarios para la remoción/uso de biomasa producida por la especie: 1) 100%, 2) 75%, 3) 50% y 4) 25%. El rendimiento alcohólico medio osciló entre 2.121 (mucuna gris, frijol cerdo y crotalalia spectabilis) y 8.876 litros/ha en mijo. Con el uso de 25% de la biomasa de mijo es posible producir 2.219 litros de alcohol por hectárea y, por otro lado, solamente 418 litros con el cultivo de mucuna gris. Los cultivos de mijo y gandul enano, con uso de 75% y 50% de biomasa seca, respectivamente, son especies potenciales para la producción de alcohol 2G y con un excedente superior a 5 ton/ha de residuos de cultivos para protección de suelos.

Palavras clave: Etanol; aprovechamiento energético; biomassa; energía sostenible.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jackson Eduardo Schmitt Stein, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Rodrigo Rotili Junior, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Eduardo Canepelle, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Divanilde Guerra, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Danni Maisa da Silva, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Marciel Redin , Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Referências

AITA, C. et al. Plantas de cobertura de solo como fonte de nitrogênio ao milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, n. 1, p. 157-165, 2001: https://doi.org/10.1590/S0100-06832001000100017

ALMEIDA, G. F. L. Álcool de segunda geração utilizando sorgo biomassa (Sorghum bicolor). Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Biocombustíveis, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 115p. 2019. http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/handle/1/2066

ANDRADE, T. C. C. et al. Hidrólise enzimática de celulose para obtenção de glicose utilizando líquido iônico como meio solvente. Revista Virtual de Química, v. 11, n. 1, p. 310-325, 2019. http://dx.doi.org/10.21577/1984-6835.20190022

ANDRIOLI, I.; PRADO, R. M. Plantas de cobertura em pré-safra e adubação nitrogenada na fertilidade do solo em diferentes camadas, cultivada com milho em sistema de plantio direto e convencional. Semina: Ciências Agrárias, v. 33, n. 3, p. 963-978, 2012. http://dx.doi.org/10.5433/1679-0359.2012v33n3p963

CONCEICÃO, P. C. et al. Qualidade do solo em sistemas de manejo avaliada pela dinâmica da matéria orgânica e atributos relacionados. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 29, n. 5, p. 777-788, 2005. https://doi.org/10.1590/S0100-06832005000500013

CRUZ, J. C. et al. Rotação de culturas. In: Sistema de Produção: Milho. 2002, Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/CONTAG01_72_59200523355.html. Acesso em 28 de jul. 2021.

EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – Matriz energética e elétrica. Disponível em: < https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/Plano-Nacional-de-Energia-2050> . Acesso em 28 jun. 2021.

FERREIRA, D. F. Sisvar: A computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 1, p. 1039-1042, 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-70542011000600001

GRASEL, F. et al. Innovation in biorefineries I. Production of second generation ethanol from elephant grass (Pennisetum purpureum) and sugarcane bagasse (Saccharum officinarum). Revista Virtual de Quimica, v. 9, n. 1, p. 4-14, 2017. http://dx.doi.org/10.21577/1984-6835.20170003

LEITE, R. C.; CORTEZ, L. A. B. E. O álcool combustível no Brasil. In: Brasil. Ministério das Relações Exteriores - MRE (org.). Biocombustíveis no Brasil: Realidades e perspectivas. Brasília: Arte Impressora Gráfica LTDA, p. 60-75, 2007. http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/etanol3_000g7gq2cz702wx5ok0wtedt3xdrmftk.pdf

LIMA D. E. E. et al. Produção de álcool de segunda geração proveniente do bagaço de pendúnculos do Caju. Revista Caatinga, v. 28, n. 2, p. 26-35, 2015. http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/sistema

NETO B., Osvaldo. Integração das principais tecnologias de obtenção de álcool através do processamento de celulose (2ª geração) nas atuais usinas de processamento de cana-de-açúcar (1ª geração). Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 2009.

OLIVÉRIO, J. L; HILST, A. P. Dedini rapid hydrolysis: Revolutionary process for producing alcohol from sugarcane bagasse. International Sugar Journal, v. 106, n. 1263, p. 168-172, 2004.

OLIVEIRA, M. M. R. et al. Pré-tratamento químico e caracterização do bagaço da cana: Uma perspectiva para produção de álcool a partir de resíduos agroindustriais. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 11, p. 87865-87879, 2020. https://doi.org/10.34117/bjdv6n11-273

PACHECO, P. L. et al. Desempenho de plantas de cobertura em sobressemeadura na cultura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 7, p. 815-823, 2008. https://doi.org/10.1590/S0100-204X2008000700005

PEREIRA, A. P. et al. Ciclagem de nutrientes por plantas de cobertura de verão. Revista de Ciências Agrárias, v. 40, n. 4, p. 120-129, 2017. https://doi.org/10.19084/RCA17065

REDIN, M. et al. Root and shoot contribution to carbon and nitrogen inputs in the topsoil layer in no-tillage crop systems under subtropical conditions. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 42, e0170355, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/18069657rbcs20170355

ROSA, D. M. et al. Substâncias húmicas do solo cultivado com plantas de cobertura em rotação com milho e soja. Revista Ciência Agronômica, v. 48, n. 2, p. 221-230, 2017. https://doi.org/10.5935/1806-6690.20170026

ROSA, S. E. S.; GARCIA, J. L. F. O álcool de segunda geração: Limites e oportunidades. Revista do BNDES, n. 32, n. 1, p. 117-156, 2009. http://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/7046

SANTOS, F. A. et al. Potencial da palha de cana-de-açúcar para produção de álcool. Química Nova, v. 35, n. 5, p. 1004-1010, 2012. https://doi.org/10.1590/S0100-40422012000500025

SANTOS, F. A. et al. Otimização do pré-tratamento hidrotérmico da palha de cana-de-açúcar visando à produção de álcool celulósico. Química Nova, v. 37, n. 1, p. 56-62, 2014. https://doi.org/10.1590/S0100-40422014000100011

SILVA, R. B. R. et al. Revisão de biomassas para produção de etanol de segunda geração. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, v. 14, n. 1, 10 p. 2017. http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/viewarticle.php?id=1454

TEIXEIRA, D. A. et al. Produção de Etanol de Segunda Geração a Partir de Aguapé:

Uma Revisão. Revista Virtual de Química, v. 11, n. 1, p. 127-143, 2019.

WOLSCHICK, N. H. et al. Cobertura do solo, produção de biomassa e acúmulo de nutrientes por plantas de cobertura. Revista de Ciências Agroveterinárias, v. 15, n. 2, p. 134-143, 2016. https://doi.org/10.5965/223811711522016134

Downloads

Publicado

2022-04-30

Como Citar

Eduardo Schmitt Stein, J., Rotili Junior, R., Canepelle, E., Guerra, D., Maisa da Silva, D., & Redin , M. (2022). Estimativa de produção de álcool de segunda geração de plantas de cobertura de solo. Revista Eletrônica Científica Da UERGS , 8(1), 63–72. https://doi.org/10.21674/2448-0479.81.63-72

Edição

Seção

ARTIGOS INÉDITOS