Revistas científicas e o movimento open-access
DOI:
https://doi.org/10.21674/2448-0479.43.340-342Palavras-chave:
revista científica, acesso aberto, publicações científicasResumo
O Open-Access ou Acesso Aberto de publicações científicas tem sido reconhecido como uma agenda implícita por muitos movimentos, segmentos, órgãos, instituições, e outros setores nacionais e internacionais, relacionados à pesquisa, à produção de conhecimento e às publicações. Importante observar que existem muitos meios de publicar um conteúdo acadêmico, contudo, o artigo científico segue sendo considerado, para a maioria das áreas do conhecimento, o principal meio de divulgação científica pois a avaliação realizada por pares garante maior qualidade a publicação.
A partir dos anos 2000 os custos elevados para a produção e manutenção de periódicos passaram a ser uma preocupação cada vez mais crescente dos órgãos envolvidos com a publicação de periódicos científicos. O programa SciELO (Scientific Electronic Library Online) surgiu em 1998 como uma solução para tornar o conhecimento acessível a todos, principalmente aqueles produtos oriundos de verba pública. Já considerando o nível nacional tivemos a implementação do Portal de Periódicos da CAPES, no ano 2000, proporcionando aos estudantes de instituições de todo o país o acesso direto aos melhores “journals” de forma a garantir a melhoria da produção científica nacional. É fácil identificar as revistas que possuem acesso livre no Portal da CAPES: ao lado do título tem a imagem oficial do Open-Access que é um cadeado aberto.
Em 2001, a nível mundial, ocorreu um importante evento: o Budapest Open Archives Initiative momento no qual foram definidas duas iniciativas de Open-Access. A chamada via verde (Green Road) que considera o trabalho do autor como auto-arquivado, ou seja, o próprio autor pode depositar o seu trabalho em site próprio ou através de outros canais de comunicação e como ocorre atualmente em muitos repositórios institucionais. E a via dourada (Gold Road) na qual o documento é disponibilizado pelos editores, a exemplo da iniciativa do programa SciELO. Atualmente o SciELO é considerado o maior provedor de periódicos indexados pelo DOAJ (Diretório de Periódicos de Acesso Aberto).
Nos Estados Unidos já foi declarado que toda pesquisa financiada pelo governo deverá ter os seus resultados de pesquisa publicados em Open-Acess. E na Europa há um projeto que prevê que até 2020 todos os resultados de pesquisas financiadas pela União Europeia estejam disponibilizada da mesma forma. A Espanha, por exemplo, já exigiu de suas principais universidades a criação de repositórios institucionais e o depósito dos trabalhos científicos de todos os seus pesquisadores.
As revistas científicas que disponibilizam livremente os artigos publicados fazem parte do movimento Open-Access, e nesse contexto também nasceu a Revista Eletrônica Científica da Uergs (RevUergs). Além de disponibilizar os artigos em acesso aberto possuímos a preocupação de oferecer um processo de revisão por pares duplo cego (double blind peer review), que prima pela qualificação do referido periódico por meio de indexação e divulgação, consoante com as palavras de uma das Editoras Chefe, Erli Schneider Costa (2016, p.3):
A cada novo número esperamos oferecer aos nossos leitores mais artigos de qualidade bem como dar oportunidades aos autores de publicarem em um veículo sério e ético, cujas diretrizes são claramente definidas. Para tanto estamos realizando a inclusão da REV-UERGS em bases de dados nacionais e internacionais de forma a divulgar os artigos publicados.
Atualmente a RevUergs é indexada em algumas bases e todos os artigos publicados recebem o registro de DOI (Digital object identifier) que é considerado um registro padrão para identificação de documentos na internet. Existem estudos que comprovam o impacto positivo do Open-Access (PACKER et al., 2014) e percebido por meio do número crescente de acessos e downloads dos artigos, bem como da ampliação das citações. Também há estudos estatísticos de usos em repositórios institucionais, a exemplo do Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é possível verificar os acessos e os downloads do documento no link Estatísticas, acessível a todos
Assim sendo podemos afirmar que, com base nos dados sobre o aumento de visibilidade dos artigos científicos se comprova que um dos maiores benefícios do Open-Access para o conhecimento é a democratização da informação e a ampliação do poder de colaboração entre os pesquisadores.
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Referências
COSTA, Erli Schneider. Vida longa à Revista Eletrônica Científica da UERGS. Revista Elet. Cient. Uergs, Porto Alegre, v.2, n.1, p.03-04, abril, 2016.
Disponível em: < file:///C:/Users/User/Downloads/418-3091-1-PB.pdf> Acesso em: 20 mar. 2018.
DOI: http://dx.doi.org/10.21674/2448-0479.21.03-04
PACKER, Abel L. et al. (Org). SciELO – 15 anos de Acesso Aberto: um estudo analítico sobre o Acesso Aberto e comunicação científica. Paris: UNESCO, 2014. Disponível em: < http://scielo.org/local/File/livro.pdf> Acesso em: 18 mar. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULK. REPOSITÓRIO DIGITAL LUME. Estatísticas. Itens com mais downloads. Porto Alegre: UFRGS, 2018. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/stats/topten> Acesso em: 21 mar. 2018.
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