Requerimentos de frio de videiras ‘Riesling Itálico’, ‘Tannat’ e ‘Cabernet Franc’ no período de dormência
DOI:
https://doi.org/10.21674/2448-0479.101.22-30Palavras-chave:
Brotação, endodormência, horas de frio, Vitis vinifera.Resumo
A videira apresenta um período de dormência no outono/inverno, superado pelo acúmulo de horas de frio (HF) ≤7,2ºC, temperatura genérica para frutíferas temperadas. Este trabalho objetivou avaliar a necessidade de frio para superação da dormência de três cultivares de videiras. Estacas de ‘Riesling Itálico’, ‘Tannat’ e ‘Cabernet Franc’ foram coletadas em vinhedos localizados em Veranópolis-RS, em abril/2022, com zero horas de frio (HF≤7,2°C) a campo. Os ramos, processados em estacas de nós-isolados, foram submetidos em câmaras incubadoras à temperatura de 7,2°C por 13 tempos de exposição (0, 50, 100, 150, 200, 250, 300, 350, 400, 450, 500, 550 e 600 HF). Ao final de cada tempo de frio, uma parcela das estacas foi transferida para 25ºC para indução e avaliação da brotação das gemas. Os dados de brotação foram analisados quanto aos parâmetros de brotação máxima, precocidade e uniformidade. As cultivares apresentaram diferenças na necessidade de frio para a superação da dormência. ‘Riesling Iálico’, ‘Tannat’ e ‘Cabernet Franc’ apresentaram um requerimento de 150, 250 e 400 HF no período da dormência, respectivamente. A precocidade e uniformidade de brotação das gemas foi maior após suprido o frio na dormência para cada cultivar.
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