Novos registros da Esponja-de-águadoce Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963): Subsídios para a conservação do Rio Camisas, Rio Grande do Sul, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21674/2448-0479.32.404-427Palavras-chave:
ambiente lótico, cobertura do solo, porifera, impactos ambientaisResumo
Em 150 milhões de anos, esponjas se adaptaram a diferentes nichos, incluindo águas continentais. Entre 2012 e 2013 realizamos 12 expedições buscando registros de Oncosclera jewelli no nordeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Áreas de potencial ocorrência foram selecionadas por sensoriamento remoto no rio Camisas, bacia do Taquari-Antas, onde um levantamento de campo ocorreu. As espécies foram identificadas nos locais e confirmadas no laboratório (Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul). Registros foram feitos através de fotografias, coordenadas geográficas e sobrepostos aos mapas de cobertura do solo. Foram percorridos 13 quilômetros, resultando 82 registros inéditos de Oncosclera jewelli. O diâmetro das esponjas apresentou correlação negativa com a profundidade no rio (r=0.3028; p=0.005; gl=80; t=2.8419), devido à dificuldade de penetração de luz e associação com zooclorelas. Houve mais registros na margem esquerda do rio (n=68) do que na direita (n=14), devido a sua orientação e sombreamento. Regiões com esponjas são cobertas por campos, seguidas por florestas nativas e plantios de Pinus taeda. Tais padrões de cobertura do solo são representativos daqueles encontrados na bacia do Camisas (R= 0.8214; gl=1; p=0.005; t=4.79). Os principais impactos observados foram: descartes de restos de bovinos e plantios de Pinus taeda nas margens do rio.
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