Novos registros da Esponja-de-águadoce Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963): Subsídios para a conservação do Rio Camisas, Rio Grande do Sul, Brasil

Authors

  • Rodrigo Cambará PRINTES Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/ Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)e ICMBio https://orcid.org/0000-0001-9673-2385
  • Clódis de Oliveira ANDRADES-FILHO Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/ Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) https://orcid.org/0000-0002-8050-6719
  • Aline Scheid STOFFEL Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)
  • Júlio César da Silva STELMACH Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) https://orcid.org/0000-0003-4054-382X
  • Maria da Conceição TAVARES-FRIGO Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.21674/2448-0479.32.404-427

Keywords:

ambiente lótico, cobertura do solo, porifera, impactos ambientais

Abstract

Em 150 milhões de anos, esponjas se adaptaram a diferentes nichos, incluindo águas continentais. Entre 2012 e 2013 realizamos 12 expedições buscando registros de Oncosclera jewelli no nordeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Áreas de potencial ocorrência foram selecionadas por sensoriamento remoto no rio Camisas, bacia do Taquari-Antas, onde um levantamento de campo ocorreu. As espécies foram identificadas nos locais e confirmadas no laboratório (Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul). Registros foram feitos através de fotografias, coordenadas geográficas e sobrepostos aos mapas de cobertura do solo. Foram percorridos 13 quilômetros, resultando 82 registros inéditos de Oncosclera jewelli. O diâmetro das esponjas apresentou correlação negativa com a profundidade no rio (r=0.3028; p=0.005; gl=80; t=2.8419), devido à dificuldade de penetração de luz e associação com zooclorelas. Houve mais registros na margem esquerda do rio (n=68) do que na direita (n=14), devido a sua orientação e sombreamento. Regiões com esponjas são cobertas por campos, seguidas por florestas nativas e plantios de Pinus taeda. Tais padrões de cobertura do solo são representativos daqueles encontrados na bacia do Camisas (R= 0.8214; gl=1; p=0.005; t=4.79). Os principais impactos observados foram: descartes de restos de bovinos e plantios de Pinus taeda nas margens do rio. 

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Rodrigo Cambará PRINTES, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/ Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)e ICMBio

Biólogo, Doutor em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre. Prefessor Adjunto de Ecologia/UERGS. Analista Ambiental do ICMBio

Clódis de Oliveira ANDRADES-FILHO, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/ Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É Mestre em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). É Doutor em Geociências (Área Geotectônica), pelo Instituto de Geociências (IGc) da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é Professor Adjunto na Área de Geologia, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Aline Scheid STOFFEL, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Graduanda em gestão ambiental/UERGS, com experiência em: gestão de resíduos sólidos industriais, geoprocessmento, biologia da conservação. Ex bolsista CNPq

Júlio César da Silva STELMACH, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

Tecnólogo e Bacharel em Gestção Ambiental pela UERGS, com experiência em: geoprocessamento, educação ambiental, informática, logística de campo.

Maria da Conceição TAVARES-FRIGO, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

Graduada em Licenciatura em Ciências com Habilitação Plena em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1988), Mestrado em Biociências (Zoologia) pela PUCRS (1994) e Doutorado em Zoologia pela PUCRS (2004) ambos com ênfase em Espongologia. Atuou como docente em Ciências em escola de ensino privado de 1989 a 1995. Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, Seção de Zoologia de Invertebrados, Setor Porifera, desde 30.01.2009 quando foi cedida da Secretaria de Educação /RS, onde atuou desde 1992 como professora nomeada/concursada de Ciências e Biologia.

References

BOND-BUCKUP, G.; BUCKUP, L.; ARAÚJO, P.B.; ZIMMER, A.R.; QUADROS, A.F., SOKOLOWICZ, C.C. et al. Crustáceos. In: Boldrini, I. Coordenadora. Biodiversidade dos Campos do Planalto das Arau-cárias. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; 2009. p.111-123.

BRASIL. Lei Federal n° 9.985 de 18 de julho de 2000. Disponível em: www.mma.gov.br/areas protegidas/sistema-nacional-de-uc-snuc. (acessado em 02.04.2016)

BRASIL. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Amea-çada de Extinção. Vol. I. Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963) e Heteromeyenia insignis Weltner, 1895. In: Machado, A.B.M.; Drummond, G.M.; Paglia, A. Editores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; 2008. p.233-234 e p.242-243.

BRASIL. Lei Federal n° 12.561 de 25 de março de 2012. Disponível em: www.planalto.gov.br (acessado em 02.04.2016)

DOS ANJOS, T.S.; BUFFON, I. Dinâmica do uso do solo na área destinada ao Parque Estadual do Tainhas, Rio Grande do Sul, Brasil: O caso da silvicultura de Pinus sp. In: Printes, R.C. Editor. Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de con-servação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas; 2012. p.96-109.

International Union for Conservation Nature [Internet]. Guildlines for application of IUCN red list criteria at region levels [citado em 23 de outubro de 2013]. Disponível em: http://www.iucn.org.

KALINOVSKI, E.C.Z.; ALVES, V.; SOUZA-FILHO, E. E. Registro de Corvospongilla seckti (Bonetto & EZCURRA DE DRAGO, 1966) em trecho livre de barragem no rio Paraná. In: ANAIS DO VIII ENCONTRO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA, 2013, Curitiba, Universidade Es-tadual do Paraná.

LERNER, C. & MOTHES, B. Esponjas marinhas da costa brasileira: generalidades, técnicas de coleta, preparação e identificação. Porto Alegre: Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; 2005.

MENGER DE OLIVEIRA, E.; SLOMP, D.V. Sugestões para a destinação de lixo e tratamento de efluentes sanitários dos moradores da Vila Unidos, Cambará do Sul, a partir da percepção dos seus moradores. In: Printes, R.C. Editor. Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas; 2012. p.110-123.

MURICY, G.; LOPES, D.A.; HAJDU, E.; C ARVALHO, M.S.; MORAES, F.C.; KLAUTAU, M.; MENEGOLA, C. & PINHEIRO, U. Catalogue of Brazilian Po-rifera. Rio de Janeiro: Museu Nacional do Rio de Janeiro; 2011. 300 p.

PINHEIRO, U.S. Esponjas de água doce (águas conti-nentais). Porifera Brasil. São Paulo: Editora da Uni-versidade de São Paulo; 2012.

RIO GRANDE DO SUL. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Fontana, C.S.; Bencke, G.A.; Reis, R.E. Editores. Porto Alegre; 2003.

RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual n° 51.797 de 08 de setembro de 2014. Declara as espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, 09/09/2014, p. 02. Porto Alegre: CORAG; 2014.

VOLKMER-RIBEIRO, C. Esponjas de água doce. In. Sociedade Brasileira de Zoologia. Organizadora. Manual de técnicas para preparação de coleções zoológicas, V. 03. São Paulo: Sociedade Brasileira de Zoologia; 1985. p.1-6.

VOLKMER-RIBEIRO, C. Esponjas. In: Joly, C.A.; Bicu-do, C.E.M. Organizadores. Biodiversidade do Es-tado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, V. 4. Invertebrados de água doce. São Paulo: FAPESP; 1999. p. 2-9.

VOLKMER-RIBEIRO, C.; DE ROSA BARBOSA, R.; MACHADO, V. de S.; CUNHA, G. Esponjas. In: Boldrini, I. Coordenadora. Biodiversidade dos Campos do Planalto das Araucárias. Brasília: Min-istério do Meio Ambiente; 2009. p. 99-108.

VOLKMER-RIBEIRO, C. & PAROLIN, M. As esponjas. In: Parolin, M.K.; Volkmer-Ribeiro, C. e Leandrini, J.A. Organizadores. Abordagem ambiental inter-disciplinar em bacias hidrográficas no Estado do Paraná. Campo Mourão: Editora da Facilcam; 2010. p. 95-130.

WILDNER, W.; RAMGRAB, G.E.; LOPES R. da C.; IGLESIAS, C.M.F. Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Sul, escala 1:750.000. Porto Alegre: CPRM, 2008.

Published

2017-08-25

How to Cite

PRINTES, R. C., ANDRADES-FILHO, C. de O., STOFFEL, A. S., STELMACH, J. C. da S., & TAVARES-FRIGO, M. da C. (2017). Novos registros da Esponja-de-águadoce Oncosclera jewelli (Volkmer, 1963): Subsídios para a conservação do Rio Camisas, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Eletrônica Científica Da UERGS , 3(2), 404–427. https://doi.org/10.21674/2448-0479.32.404-427

Issue

Section

ARTIGOS INÉDITOS