Diversidade e potencial de utilização de plantas alimentícias não convencionais no Vale do Taquari,RS
DOI:
https://doi.org/10.21674/2448-0479.41.61-90Keywords:
agrobiodiversidade, recursos genéticos, alimentos, PANCsAbstract
Plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são espécies nativas ou cultivadas cujas flores, folhas, caule, pólen ou raízes são comestíveis, mas não são usualmente utilizadas na alimentação humana. As mesmas possuem grande importância ecológica e econômica, muitas vezes consideradas invasoras ou ervas daninhas (inços), pois ocorrem em monoculturas comerciais, gerando competição e prejuízos na produção agrícola. São adaptadas à condições de solo e clima local, características importantes para o melhoramento genético. Além disto, muitas das espécies de PANCs, especialmente as nativas, apresentam distribuição limitada e restrita, influenciando fortemente a cultura alimentar das comunidades. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento da diversidade de espécies de PANCs nativas e cultivadas ocorrentes no Vale do Taquari (Rio Grande do Sul) e discutir o potencial alimentar de algumas espécies nativas. Foram realizadas coletas no período de março de 2013 a dezembro de 2015, percorrendo margens de rodovias estaduais, beiras de estradas secundárias, formações florestais e matas ciliares. As espécies foram identificadas e depositadas no Herbário UENC. O potencial alimentar foi identificado por meio de revisão de literatura. Foram identificadas 39 espécies, sendo as mais observadas em campo o Vasconcellea quercifolia A. St. Hill., Tropaeolum pentaphyllum Lam., Tropaeolum majus L., Anredera cordifolia (Ten.) Steenis, Sonchus oleraceus L., Colocasia esculenta var. antiquorum (Schott)F.T. Hubb & Rehder e Ananas bracteatus (Lindl.) Schult & Schultf. O potencial alimentício é amplo para consumo in natura, produção de farinhas (bolos e pães), sobremesas, geleias, sorvetes, bebidas, sendo promissoras para agroindustrialização. Concluiuse que há ampla diversidade de PANC´s, no entanto, o conhecimento sobre sua utilização é incipiente, sendo fundamental aprofundar os estudos sobre as suas características nutricionais, e o seu uso potencial como alimento, bem como realizar ações que promovam sua produção e consumo.
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