Sensoriamento remoto e geoprocessamento como ferramentas para viabilizar o licenciamento ambiental do tradicional uso do fogo visando à renovação de pastagens em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil

Autores/as

  • Iuri BUFFON Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
  • Rodrigo Cambará PRINTES Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
  • Clódis de Oliveira ANDRADES-FILHO Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos. Unidade de São Francisco de Paula, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.21674/2448-0479.43.447-469

Palabras clave:

conhecimento ecológico local, uso do fogo, sensoriamento remoto, licenciamento ambiental

Resumen

A proibição do uso do fogo pelo Código Florestal Estadual do Rio Grande do Sul, Lei Estadual n° 9519/92, levou a pecuária tradicional a ser considerada antiecológica e antieconômica. Entretanto, os usos da terra que a substituíram nos anos seguintes tiveram um impacto ambiental ainda pior, sobretudo em relação a mudança da paisagem, o que acarretou uma  redução expressiva dos Campos de Cima da Serra, ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica. A pesquisa e documentação do conhecimento ecológico local (CEL) sobre a pecuária tradicional é de grande relevância para a negociação deste conflito socioambiental. O objetivo do presente estudo foi testar o CEL dos pecuaristas dos Campos de Cima da Serra quanto ao período de pousio, e com base nisso, propor uma rotina de monitoramento para as licenças ambientais emitidas para o manejo dos campos através do uso do fogo. Foi proposto um sistema de monitoramento de uso do fogo utilizando sensoriamento remoto, baseado na classificação supervisionada orientada e identificação de queimadas através de sítios de treinamento, oriundos de amostras fortuitas de classes de uso conhecidas. Para isso, foi utilizado o processamento das bandas espectrais do sensor imageador OLI do satélite Landsat 8, pelo complemento “classificação semiautomática” do software Quantum GIS 2.4. Através das etapas metodológicas apresentadas, o Poder Público poderá monitorar simultaneamente diversas licenças, em curto período de tempo, o que, juntamente com medidas preventivas e mitigatórias, pode viabilizar o licenciamento ambiental do uso do fogo na região.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Iuri BUFFON, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Tecnólogo em Saneamento. Especialista em Educação para a Sustentabilidade pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Brasil (2015)

Rodrigo Cambará PRINTES, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos/Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Doutor em Ecologia, conservação e manejo de vida silvestre (UFMG, 2007). Profssor Adjunto de Ecologia/UERGS. Analista Ambiental do ICMBio

Clódis de Oliveira ANDRADES-FILHO, Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos. Unidade de São Francisco de Paula, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

Doutor em Geociências (Geoquímica e Geotectônica) pela Universidade de São Paulo, Brasil(2014).
Professor Adjunto da UERGS

Citas

BARBIERI, D. W. et al. Avaliação de diferentes tipos de manejo de pastagem natural utilizando valores de reflectância coletados com espectrorradiômetro. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Foz do Iguaçú. Anais. Foz do Iguaçú: INPE, 2013.

BEHLING, H. et al. Dinâmica dos campos no sul do Brasil durante o Quaternário Tardio. In: PILLAR, V. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. C.; JACQUES, A. V. A. (Eds.). Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília: MMA, 2009.

BERKES, F.; COLDING, J.; FOLKE, C. Rediscovery of Traditional Ecological Knowledge as Adaptive Management. Ecological Applications, v. 10, n. 5, p. 1251-1262, 2000.

BORBA, M.; TRINDADE, J. P. P. Desafios para conservação e a valorização da pecuária sustentável. In: PILLAR, V. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. C.; JACQUES, A. V. A. (Eds.). Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília: MMA, 2009.

BOWKER, D. E.; DAVIS, R. E. Spectral Reflectance of Natural Targets for Use in Remote Sensing Studies. Washington: National Aeronautics and Space Administration (NASA), 1985.

BOZIKI, D.; BEROLDT, L.; PRINTES, R. C. Utilização de agrotóxicos e destinação das embalagens na Área de Proteção Ambiental Rota do Sol, Rio Grande do Sul, Brasil. In: Printes, R. C. Editor. Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas, 2012.

CATTANI, C. E. V. et al. Desempenho de algoritmos de classificação supervisionada para imagens dos satélites RapidEye. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Foz do Iguaçú. Anais. Foz do Iguaçú: INPE, 2013.

DAVIS, A.; WAGNER, J. R. Who knows? On the importance of identifying “experts” when researching Local Ecological Knowledge. Human Ecology, v. 31, n. 3, p. 463-489, 2003.

ANJOS, T. S. dos.; BUFFON, I. Dinâmica do uso do solo na área destinada ao Parque Estadual do Tainhas, Rio Grande do Sul, Brasil: O caso da silvicultura de Pinus sp. In: Printes, R. C. Editor. Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas, 2012.

DALTO, R.; TAVARES, E. Aparados da Serra: na trilha do Padre Rambo. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2007.

DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Editora Hucitec, 2001.

FREITAS, E. B de.; BEROLDT, L.; PRINTES, R. C. Identificação dos Conflitos Pré-Implementação do Parque Natural Municipal da Ronda, São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. In: Printes, R. C. Editor. Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas, 2012.

GRUMBINE, R. E. What Is Ecosystem Management? Conservation Biology, v. 8, n. 1, p. 27-38, 1994.

GUERRA, A. T. Dicionário Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1972.

JESKE-PIERUSCHKA, V. L.; BEHLING, H. Studies of vegetation, fire and climate dynamics during the late Quaternary as contribution towards conservation and management of the biodiversity hotspot “Mata Atlântica“ in southern Brazil. 2011. 218 p. Tese. (Doutorado). Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Biologia da Georg August University Göttingen, Göttingen, 2011.

KEHL, L. G. H.; BEROLDT, L.; PRINTES, R. C. Situação atual do cultivo de batata (Solanum tuberosum L.) e o uso de agrotóxicos na Área de Proteção Ambiental Rota do Sol, Rio Grande do Sul, Brasil. In: PRINTES, R. C. (Editor). Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas, 2012.

LOMBARDI, J. R. J.; KRUG, T.; SANTOS, J. R. dos. Estudo da Recorrência de Queimadas e Permanências de Cicatrizes de Fogo em Áreas Selecionadas do Cerrado Brasileiro, Utilizando Imagens TM/Landsat. 2011. 114p. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos (SP), 2011.

MACEDO, J. H. de. Onde há fumaça há fogo: conhecimento local e uso do fogo por pecuaristas em um mosaico campo-floresta no sul do Brasil. 2012. 58p.Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS), 2012.

MENESES, P. R.; ALMEIDA T. Introdução ao Processamento de Imagens de Sensoriamento Remoto. Universidade de Brasília, 2012.

MILLER, K. R. International Wilderness Provides Ecological Services for Sustainable Living. International Journal of Wilderness, v. 5, n. 3, p. 35-39, 1998.

NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION - NASA. Landsat 8 User Documentation. Disponível em: <http://landsat.usgs.gov/Landsat 8_Using_Product.php>. Acesso em 27 dez. 2014.

NETTO, C. G. A. M. O futuro dos Campos: possibilidades econômicas de continuidade da bovinocultura de corte no Rio Grande do Sul. In: PILLAR, V. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. C.; JACQUES, A. V. A. (Eds.). Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília: MMA, 2009.

NOVO, E. M. L de. M. Sensoriamento Remoto Princípios e Aplicações. 3 ed. São Paulo: Editora Blucher, 2008.

OLIVEIRA, S. F de. Aurorescer das Sesmarias Serranas: História e Genealogia. Porto Alegre: Edições EST, 1996.

OVERBECK, G. E. et al. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. In: PILLAR, V. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. C.; JACQUES, A. V. A. (Eds.). Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília: MMA, 2009.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Londrina: Editora Planta, 2007.

PRINTES, R.C. Adeus Amazônia: Conflitos agrários e socioambientais por trás do desmatamento no sudoeste do Pará. Curitiba: Editora Prismas, 2017.

RAMBO, B. A Fisionomia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1956.

SILVEIRA, A. C. R. et al. Desempenho de EVI e NDVI para monitorar vegetação campestre através de ondaletas. In: XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, Foz do Iguaçú. Anais. Foz do Iguaçú: INPE, 2013.

VIEIRA, A.; BEROLDT, L.; PRINTES, R. C. Alternativas ao uso do fogo no manejo de campos nativos para atividade agropastoril em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. In: PRINTES, R. C. (Editor). Gestão ambiental e negociação de conflitos em unidades de conservação do nordeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Companhia Rio Grandense de Artes Gráficas, 2012.

Publicado

2018-10-23

Cómo citar

BUFFON, I., PRINTES, R. C., & ANDRADES-FILHO, C. de O. (2018). Sensoriamento remoto e geoprocessamento como ferramentas para viabilizar o licenciamento ambiental do tradicional uso do fogo visando à renovação de pastagens em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Eletrônica Científica Da UERGS , 4(3), 447–469. https://doi.org/10.21674/2448-0479.43.447-469

Número

Sección

Artigos